segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Das Mudanças...

Nunca mudei muito de casa quando era pequena, na verdade quase toda a minha infância foi passada na mesma casa, casa essa para onde foram os meus pais quando casaram, casa onde cresci eu a a minha irmã.
Á cerca de 10 anos mudamos de casa, a zona era a mesma, o sitio era diferentes, os vizinhos outros, mas não mudamos para muito longe.
Custou-me, não pela casa em si, mas pelas coisas, pelas historias que fomos construindo naquela casa.
Principalmente porque aquela casa foi a única onde fomos 4.

Na nova casa construimos outras historias e novas vivências, fomos na maior parte do tempo 2 ( mais as gatas),mas sempre uma família. Sempre com cheirinho a "casa".

Tudo isto para concluir que nunca tive um instinto grande de mudança, de aventura. Quer dizer o instito estava lá, desde sempre, nunca foi é muito estimulado.
A ideia do "quem muda Deus ajuda" nunca vivida lá em casa.
Nunca fomos incentivadas a sair muito do ninho, fomos sempre incentivadas a voos altos, mas sempre pertinho de casa. Sempre sobre a asa e o aconchego da família.
Fui e sou o único elementos da família a ir para "longe". Não propriamente por necessidade, mas por escolha própria.

E as mudanças não são fáceis, dão mt trabalho.
E assim de repente para mim mudar passou a ser algo tão comum como ir de ferias, ou ir ás compras ( com muito mais trabalho associado mas com a mesma banalidade).
Porque as minhas pessoas vão estar comigo em qualquer lado, porque uma casa não é para mim mais do que um sitio inanimado onde posso construir novas historias, onde posso encher de coisas boas, e dar um bocadinho de mim.
Mas não passa de "paredes".
O importante para mim é nunca pensar que podia ter seguido outro caminho, nunca pensar naquilo que perdi com medo de perder algo que não sei explicar - a teoria do pássaro na mão.
E sim ás vezes acabo por ser inconsciente, e fazer orelhas moucas á vozinha do receio,á vozinha tipicamente portuguesa que me assegura que "tudo vai correr mal".
Mas dificilmente jogo pelo seguro, na minha vida acabo sempre por arriscar mesmo quando tudo diz que pode correr mal.
A minha zona de conforto é a minha família, as minhas pessoas e essas sei que vão estar sempre lá para mim, e comigo seja qual for o meu caminho ou decisão. E essa é sem duvida a certeza que me faz ter força e vontade para arriscar sem olhar para trás.
E sei daqui a uns anos esta forma de estar pode correr muito mal, posso inclusive mudar de prespectiva e fazer das minhas "paredes" o meu sitio.
Mas acredito que parar é morrer, e sim é muito mais fácil ficar quita, darmo-nos ao comodismo e sentarmo-nos á sombra dessa "segurança", mas lá está aqui a menina é alérgica ao comodismo em todos os seus sentidos :).

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